segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Pablo Neruda

É assim que te quero amor
assim amor é que eu gosto de ti
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras
é assim que te quero amor
Ao pão não peço que me ensine
mas antes que não me falte
em cada dia que passa
Da luz nada sei nem donde
vem nem para onde vai
apenas quero que a luz alumie
e também não peço à noite explicações
espero-a e envolve-me
e assim tu pão e luz
e sombra és
Chegastes à minha vida
com o que trazias
feito
de luz e pão e sombra eu te esperava,
e é assim que preciso de ti
assim que te amo
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor uma folha
que há de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.